Finalmente a notícia se torna oficial: o Instituto Ling, uma associação sem fins lucrativos criada pela minha família para distribuição de bolsas de estudo, apresentou ontem seu projeto para um novo Centro Cultural aberto ao público na cidade de Porto Alegre. A obra também será a nova sede do Instituto, com projeto arquitetônico assinado pelo escritório do arquiteto Isay Weinfeld, um dos nomes mais reconhecidos do país e onde tive a oportunidade de trabalhar durante dois anos. Tenho muito orgulho de fazer parte deste projeto e acredito no seu potencial para o cenário cultural da cidade.
Para maiores informações, publico abaixo o release geral elaborado para a coletiva de imprensa que ocorreu ontem pela manhã, junto com o conjunto completo de imagens e plantas do projeto:
Porto Alegre ganha novo centro cultural em 2014
Projetado pelo arquiteto Isay Weinfeld e localizado na Zona Norte, Centro Cultural do Instituto Ling vai oferecer atividades artísticas e educativas
A partir de agosto de 2014, Porto Alegre ganhará um novo equipamento cultural e educacional. Com o objetivo de tornar-se uma referência cultural, artística, educacional e arquitetônica na cidade de Porto Alegre, o Centro Cultural do Instituto Ling vai oferecer atividades como teatro, cinema, música e artes, cursos livres de curta duração, palestras, seminários, conferências e ciclos de debates nas mais variadas áreas do conhecimento.
O Instituto Ling atua, desde 1995, na concessão de bolsas de estudo nas mais reconhecidas universidades no mundo. Com a construção do Centro Cultural, o Instituto expande suas atividades de disseminação do conhecimento, oferecendo atividades socioeducativas e culturais para um público mais amplo, que busca aperfeiçoamento contínuo e diferenciado. “Queremos propor um ambiente especialmente construído e equipado para possibilitar experiências educacionais e culturais únicas. Este projeto complementa a atuação do Instituto criado pela família Ling, que chegou ao Rio Grande do Sul na década de 50, como retribuição à comunidade que tão bem a acolheu”, explica o empresário William Ling, diretor do Instituto.
A localização do novo espaço na Rua João Caetano também facilitará o acesso a equipamentos culturais para uma grande parcela da população que vive na Zona Norte. “Os centros culturais de Porto Alegre estão localizados, em sua maioria, na região central e nos bairros adjacentes. A escolha pelo bairro Três Figueiras diversifica as opções de lazer, bem estar e qualidade de vida para a comunidade”, afirma Ling.
O prédio do Centro Cultural contará com salas de aula, auditório, espaço expositivo e laboratório gastronômico, além de facilidades como cafeteria, salão de eventos e espaço comercial para artigos educativos, artísticos, culturais e de design.
O projeto arquitetônico é concebido por Isay Weinfeld, um dos mais conceituados arquitetos brasileiros. Isay foi escolhido por reunir conhecimento em diversas áreas de atuação, como a expografia, a cenografia, o design de móveis e seu trabalho como cineasta: “Gostamos que seu repertório arquitetônico possui traços contemporâneos e, ao mesmo tempo, é acolhedor e confortável. O Isay também já executou vários projetos de auditórios, cenografia, salas de aula, salões de eventos, cafés, livrarias e galerias que, embora em projetos separados, mostram o domínio em todas as parcelas do programa do Centro Cultural que idealizamos”, afirma Ling.
Ao longo de quase 40 anos de carreira, Isay Weinfeld projetou casas, prédios residenciais e de escritórios, bancos, agências de publicidade, hotéis, lojas, restaurantes no Brasil e no exterior. Destacam-se projetos como a Livraria da Vila, os empreendimentos do Grupo Fasano, o edifício 360º e lojas das marcas Havaianas e Fórum. Recebeu diversas premiações, como o Prêmio Rino Levi concedido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil/SP (pela Casa Inglaterra, em 2000), o Prêmio da VI Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (pela Praça da Amauri, em 2005) e o Mipim AR Future Project Awards organizado pela revista inglesa Architectural Review (pelo Edifício 360º, em 2009 e pelo Edifício Oka, em 2012).
Detalhes do projeto arquitetônico
O projeto do centro cultural, iniciado em 2009, destaca-se pelo referencial na arquitetura contemporânea e pela funcionalidade dos espaços projetados especialmente para utilização cultural e educacional.
O edifício de 3.200 m2 está situado em um terreno de esquina e pousa suavemente sobre o solo em escala adequada ao entorno onde está implantado. Recuado em relação à rua, deixa ainda espaço para um jardim junto à calçada. A fachada voltada à Rua João Caetano possui apenas uma abertura - a entrada principal - e é acessada por uma rampa em curva muito suave em meio ao jardim. A partir deste acesso, o edifício se desenvolve no formato de galeria que, além de espaço para exposição, conecta os diversos ambientes de apoio: salas de aula, loja, café e auditório. No pavimento inferior, uma ampla cozinha projetada para a realização de cursos de culinária serve, ainda, como apoio a um salão de eventos, como apresentações musicais e atividades sociais diversas.
Um dos fatores construtivos mais interessantes é a fachada principal, onde os elementos metálicos de proteção solar também servem como travamento da estrutura, algo bastante incomum em projetos convencionais. A escolha do mobiliário e a integração entre os ambientes também podem ser destacados.
No que se refere à sustentabilidade ambiental, destaca-se o uso intenso de luz natural nos espaços internos, que ocorre de forma direta, difusa ou através de domus na cobertura, o que permite sua utilização durante o dia sem iluminação artificial. Elementos de proteção solar na fachada mais envidraçada e esquadrias duplas fazem o controle térmico do edifício. As esquadrias ainda auxiliam no controle acústico do edifício. Árvores nativas foram preservadas durante a construção e algumas espécies foram transplantadas para mantê-las no terreno, com monitoramento de sua saúde durante vários meses. A execução de uma bacia de retenção pluvial permite a captação de águas da chuva no terreno e sua liberação lenta para o sistema de esgotos pluviais, o que impede a saturação da rede e evita alagamentos. Está sendo executado também um plano para manejo e destino dos resíduos sólidos gerados na obra.
A obra, iniciada em 2012, tem previsão de término para o mês de maio de 2014.
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Reprodução: Fachada principal |
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Reprodução: Fachada dos fundos |
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Reprodução: vista da recepção, com loja e café ao fundo |
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Reprodução: vista do café, com acesso à galeria ao fundo |
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Planta Térreo |
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Planta 1o Subsolo |
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Planta 2o Subsolo |
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